terça-feira, 31 de março de 2009

SEJA UM IDIOTA E VIVA FELIZ!

Eu adoraria ter escrito esse texto, não o fiz. Então, faço minhas, completamente minhas, as palavras do escritor e jornalista (profissão que admiro pra caramba) Arnaldo Jabor.

"A idiotice é vital para a felicidade.

Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.

Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo,soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?

hahahahahahahahaha!...

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?

É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí,o que elas farão se já não têm por que se desesperar?

Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa.

Dura, densa, e bem ruim.

Brincar é legal. Entendeu?

Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço,não tomar chuva.

Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.

Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável.

Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são:
passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!

Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore,dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!"

Só deixando bem claro, idiotas são aqueles que fazem idiotices, leseras, boberas... aqueles que fazem sacanagem com os outros, são SACANAS mesmo.

domingo, 22 de março de 2009

Povo balão


Tem gente tão pequena nesse mundo, mas tãaao pequena, que daqui de onde eu tou mal consigo vê-las...
Estou falando das pessoas mesquinhas, cujo ideal de felicidade é quantidade de conquistas materiais que elas conseguem colecionar nesse mundinho podre. Pobres pessoinhas...
Aqui, onde flutuo, há três tipos de pessoas: aquelas que se elevaram pelos conhecimentos filosóficos, aquelas que se elevaram pele crescimento espiritual, e aquelas que não se importam, é meu caso.
As pessoas que não se importam estão na constante busca de ambos crescimentos (mental e espiritual), no entanto, por total falta de capacidade (ou de preguiça) ainda não atingiram esse nível. A questão é: essas pessoas flutuam bem perto das nuvens... elas voam felizes e saltitantes porque estão desprendidas das coisas tão inúteis que se conseguem com o dinheiro, e as que estão lá em baixo não entendem a grandeza que é o "poder voar", assim como disse, sabeamente, Nietzsche "Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar".
Muitos daqueles que flutuam ainda possuem um fio, que quase alcança os pequeninos lá em baixo, são as amarras da necessidade... ah! cruel necessidade... então, muitas vezes alguns pequeninos, com pulinhos ou uso de escadas, conseguem alcançar esses cordões, puxando o flutuante pra baixo. Dependendo do solavanco, aquele elevado pode cair (na real) ou o cordão pode partir-se, e ele vai fluturar pra sempre até além das estrelas.

P.S.: não se sabe o que há além das estrelas, pois, não há um só flutuante que tenha voltado de tal viagem.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Ao poeta com carinho...


Eu gostaria aqui de declarar minha intensa paixão, desenfreada paixão, alucinada paixão por um homem...
Seu nome é Francisco, é Francisco que virou Chico como tantos outros. No entando, esse Chico tem algo em especial, ele tem como principal trunfo sua inteligencia inquestionável, e sua sensibilidade de poeta.
Cara, eu viajo, deliro... chego a loucara ouvindo as coisas que ele escreve... e não só pelo que ele escreve, é que ele ainda tem o maravilhoso dom de misturar isso com melodia, ou seja, PERFEEEEITOOOOOO!!!!

Resumindo, como diz a famosa comunidade do orkut 'Eu daria pro Chico Buarque'!
HSUAHSUSAHSAUHSAUHSAUHSAUHSAUHSAUSAHSAUHSAUHASUHU

Bom, pra você terem uma idéia do gênio criativo desse homem, segue a letra de uma música que eu considero uma obra prima, onde no decorrer dos refrões ele usa as mesmas palavras pra contar uma história de forma narrativa, lúdica, e abstrata (não necessariamente nessa mesma ordem)

Construção

Chico Buarque

Composição: Chico Buarque

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague.


E claro, não podia deixá-los sem adimirar a capacidade de juntar a genialidade das palavras com a doçura da melodia.. vejam o vídeo no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=JnOAYO8aOrU