terça-feira, 29 de junho de 2010

Castelo Zé do Monte



O site Solto na cidade postou um texto de André Mota sobre o Castelo Zé do Monte e nós que fomos criadas pelas redondezas do castelo, na cidadizinha mais atemporal que eu conheço, não poderiamos deixar de divulgar.

O monumento foi construído no ano de 1953 por Francisco Quitiliano e em 1983 foi vendido para Zé do Monte que ate hoje cuida da construção e faz reformas constantemente. Anteriormente Zé morava no próprio castelo. Hoje ele mora numa casa ao lado construída em cima de uma grande pedra. A visita é aberta ao publico de segunda a domingo ao custo de R$ 5,00 por pessoa.

A lenda local diz que o castelo foi construído com intuito de adoração a o deus da pedra e que ao entrar em alguns espaços construídos com uma certa peculiaridade(espaço com menos de 1,50 m que só é possivel passar de cabeça baixa ou inclinado) o visitante involuntariamente reverência o tal deus.

Lendas a parte, asseguro que é uma bela aventura, e que o visual no topo do castelo é lindo. Vale muito conferir.

apagar-me
diluir-me
desmanchar-me
até que depois
de mim
de nós
de tudo
não reste mais
que o charme

terça-feira, 22 de junho de 2010

A bailarina e o Astronauta

Hoje trago pra vocês um historinha em quadrinhos.. a história de um amor que não deu certo.














Estes quadrinhos foram feitos por Andrey Lourenço e Cia. Quem quiser seguí-lo: www.twitter.com/andreylourenco

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Tentei

nada adianta
nem carinho, nem afeto
nem o amor cuidado e amedrontado
nada adianta
nem que se pinte de preto
nem que beba da mesma água
e coma do mesmo pão
nada adianta
nem o segredo contado
nem o segredo quebrado
nada adianta
nem toda fidelidade do mundo
nada
quando só o que se quer
é ter o que não se tem
lavo as mãos

terça-feira, 15 de junho de 2010


Futebol? futebol não se aprende na escola
No país do futebol o sol nasce para todos mas só brilha para poucos e brilhou pela janela do barraco da favela onde morava esse garoto chamado brazuca
Que não tinha nem comida na panela mas fazia embaixada na canela e deixava a galera maluca
Era novo e já diziam que era o novo pelé
Que fazia o que queria com uma bola no pé
Que cobrava falta bem melhor que o zico e o maradona e quedriblava bem melhor que o mané, pois é
E o brazuca cresceu, despertando o interesse em empresários e a inveja nos otários
Inclusive em seu irmão que tem um poster do romário no armário
Mas joga bola mal pra caralho
O nome dele é zé batalha
E desde pequeno ele trabalha pra ganhar uma migalha que alimenta sua mãe e o seu irmão mais novo
Nenhum dos dois estudou porque não existe educação pro povo no país do futebol
Futebol não se aprende na escola
É por isso que brazuca é bom de bola

Brazuca é bom de bola
Brazuca deita e rola
Zé batalha só trabalha
Zé batalha só se esfola
Brazuca é bom de bola
Brazuca deita e rola
Zé batalha só trabalha
Zé batalha só se esfola
Chega de levar porrada
A canela tá inchada e o juiz não vê
Chega dessa marmelada
A camisa tá suada de tanto correr
Chega de bola quadrada
Essa regra tá errada, vâmo refazer
Chega de levar porrada
A galera tá cansada de perder

No país do futebol quase tudo vai mal
Mas brazuca é bom de bola, já virou profissional
Campeão estadual, campeão brasileiro
Foi jogar na seleção, conheceu o mundo inteiro
E o mundo inteiro conheceu brazuca com a dez
Comandando na meiúca como quem joga sinuca com os pés
Com calma, com classe, sem errar um passe
O que fez com que seu passe também se valorizasse
E hoje ele é o craque mais bem pago da europa
Capitão da seleção, tá lá na copa
Enquanto o seu irmão, zé batalha, e todo o seu povão, a gentalhada favela de onde veio, só trabalha
Suando a camisa, jogado pra escanteio
Tentando construir uma jogada mais bonita do que a grama que carrega na marmita
Contundido de tanto apanhar
Confundido com bandido
Impedido
Pode parar!!
Sem reclamar pra não levar cartão vermelho
Zé batalha sob a mira da metralha de joelhos
Tentando se explicar com um revólver na nuca:
Eu sou trabalhador, sou irmão do brazuca!
Ele reza, prende a respiração
E lá na copa, pênalti a favor da seleção
Bola no lugar, brazuca vai bater
Dedo no gatilho, zé batalha vai morrer
Juiz apitou... tudo como tinha que ser:
Tá lá mais um gol e o brasil é campeão
Tá lá mais um corpo estendido no chão


O país ficou feliz depois daquele gol
Todo mundo satisfeito, todo mundo se abraçou
Muita gente até chorou com a comemoração
Orgulho de viver nesse país campeão
E na favela, no dia seguinte, ninguém trabalha
É o dia de enterrar o que sobrou do zé batalha
Mas não tem ninguém pra carregar o corpo
Nem pra fazer uma oração pelo morto
Tá todo mundo com a bandeira na mão esperando a seleção no aeroporto
É campeão da hipocrisia, da violência, da humilhação
É campeão da ignorância, do desespero, desnutrição
É campeão da covardia e da miséria, corrupção
É campeão do abandono, da fome e da prostituição


Autor: Gabril, o Pensador.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

É necessário poetizar-se

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto


De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)