quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sem Título

É como se tivesse esvaziando-se de vez. E é um vazio tão fundo que o preenchimento completo, aquele que um dia viveu, já nem seria mais possível.

Vai andando, e querendo aos poucos a explosão dos sentidos. O medo é incontrolável, os questionamentos maiores, e são esses questionamentos que impedem os riscos.
Inveja os que não sofrem com isso, aqueles que tomam pela rédea os sentidos e com a força da razão conseguem seguir.

Vai correndo, com uma pressa de uma fome que precisa ser saciada antes que a morte chegue. Mas o alimento, embora doce, apetitoso aos olhos, não tem o mesmo sabor e nem sacia mais, não tem aquele azedo que fazia a garganta doer e o doce não é tão saboroso como aquele manjar.

Vai parando, cansado de tanto correr. Acalma, senta e espera.
Olha lá fundo, fecha os olhos pros resquícios e pras dores.
Espera o poeta cantar.

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